quarta-feira, 13 de junho de 2012


A Terapia Ocupacional no atendimento à criança

            A Terapia Ocupacional, segundo definição da Associação Americana de Terapia Ocupacional, é uma “profissão de saúde e reabilitação que ajuda o indivíduo a recuperar, desenvolver e construir habilidades que são importantes para sua independência funcional, saúde, segurança e integração social.” 
Terapeutas ocupacionais que trabalham com crianças buscam promover a participação ativa delas em atividades do cotidiano em determinada sociedade. Estas atividades incluem, entre outras, freqüentar a escola com as outras crianças, levantar da cama pela manhã e ir ao banheiro, tomar banho e vestir-se, conseguir alimentar-se sozinho, fazer a lição de casa e estudar para as provas, jogar futebol ou queimada no recreio com os colegas, andar de patins ou bicicleta, brincar com brinquedos e com amigos.
O trabalho dos terapeutas ocupacionais almeja ter um impacto no desempenho funcional da criança (p.ex., desenvolvendo habilidades específicas e incentivando independência), auxiliar e orientar os pais e familiares a lidar com a criança e suas incapacidades/dificuldades e ainda modificar o ambiente (p.ex., adaptando e indicando equipamentos e mobiliários). Estas mudanças ilustram três eixos principais que norteiam a intervenção terapêutica ocupacional com crianças: (1) promoção do desempenho ocupacional; (2) adaptação do ambiente; (3) integração social da criança.
A assistência da Terapia Ocupacional procura ressaltar as capacidades da criança, e não suas dificuldades. A Terapia Ocupacional considera a saúde em seu aspecto positivo, ou seja, não a partir da ausência de doença, mas como a possibilidade de ser no mundo e de estar em uma continuidade de existência, construindo uma trilha pessoal dentro de seu ambiente social e cultural.
O terapeuta ocupacional, ao utilizar-se da atividade do brincar, que é própria da criança, tem o propósito de conduzir à aprendizagem das habilidades pelas experiências novas e prazerosas, levando à curiosidade, à espontaneidade e à tomada de decisões. Além disso, deve-se considerar a busca da independência nas atividades de vida diária (higiene, alimentação, vestuário, etc.)
A ação do terapeuta ocupacional deve ser conjunta com a família e a escola, uma vez que elas são peças-chave no cotidiano das crianças.
“Na Terapia Ocupacional propomos experiências e facilitamos à criança vivê-las de modo completo, a partir das suas possibilidades, considerando sua deficiência e/ou incapacidades, com o propósito de facilitar a (re) organização do cotidiano para ser e fazer.” (Motta & Takatori, 2001)


Referências bibliográficas:
MANCINI, M.C. Ações da Terapia Ocupacional na criança com disfunção neurológica. In.: FONSECA, L.F.; PIANETTI, G.; XAVIER, C.C. Compêndio de Neurologia Infantil.Belo Horizonte: MEDSI, 2002. Cap. 76, p. 959-966.

MOTTA, M.P.; TAKATORI, M. A assistência em Terapia Ocupacional sob perspectiva do desenvolvimento da criança. In.: De CARLO, M.M.R.P.; BARTALOTTI, C.C. Terapia Ocupacional no Brasil: Fundamentos e perspectivas. São Paulo: Summus Editorial, 2001. Cap. 6, p. 117-136.


Esse texto foi uma colaboração e participação de:

Ana Amélia Cardoso
Terapeuta Ocupacional
Professora Adjunta - UFPR
Doutora em Ciências da Reabilitação - UFMG
"Tudo o que é grande e inspirador é criado pelo homem que trabalha em liberdade." (Albert Einstein)



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