A Terapia Ocupacional no
atendimento à criança
A Terapia
Ocupacional, segundo definição da Associação Americana de Terapia Ocupacional,
é uma “profissão de saúde e reabilitação que ajuda o indivíduo a recuperar,
desenvolver e construir habilidades que são importantes para sua independência
funcional, saúde, segurança e integração social.”
Terapeutas ocupacionais que
trabalham com crianças buscam promover a participação ativa delas em atividades
do cotidiano em determinada sociedade. Estas atividades incluem, entre outras,
freqüentar a escola com as outras crianças, levantar da cama pela manhã e ir ao
banheiro, tomar banho e vestir-se, conseguir alimentar-se sozinho, fazer a
lição de casa e estudar para as provas, jogar futebol ou queimada no recreio com
os colegas, andar de patins ou bicicleta, brincar com brinquedos e com amigos.
O trabalho dos terapeutas
ocupacionais almeja ter um impacto no desempenho funcional da criança (p.ex.,
desenvolvendo habilidades específicas e incentivando independência), auxiliar e
orientar os pais e familiares a lidar com a criança e suas
incapacidades/dificuldades e ainda modificar o ambiente (p.ex., adaptando e
indicando equipamentos e mobiliários). Estas mudanças ilustram três eixos
principais que norteiam a intervenção terapêutica ocupacional com crianças: (1)
promoção do desempenho ocupacional; (2) adaptação do ambiente; (3) integração
social da criança.
A assistência da Terapia
Ocupacional procura ressaltar as capacidades da criança, e não suas
dificuldades. A Terapia Ocupacional considera a saúde em seu aspecto positivo,
ou seja, não a partir da ausência de doença, mas como a possibilidade de ser no
mundo e de estar em uma continuidade de existência, construindo uma trilha
pessoal dentro de seu ambiente social e cultural.
O terapeuta ocupacional, ao
utilizar-se da atividade do brincar, que é própria da criança, tem o propósito
de conduzir à aprendizagem das habilidades pelas experiências novas e
prazerosas, levando à curiosidade, à espontaneidade e à tomada de decisões.
Além disso, deve-se considerar a busca da independência nas atividades de vida
diária (higiene, alimentação, vestuário, etc.)
A ação do terapeuta ocupacional
deve ser conjunta com a família e a escola, uma vez que elas são peças-chave no
cotidiano das crianças.
“Na Terapia Ocupacional propomos
experiências e facilitamos à criança vivê-las de modo completo, a partir das
suas possibilidades, considerando sua deficiência e/ou incapacidades, com o
propósito de facilitar a (re) organização do cotidiano para ser e fazer.”
(Motta & Takatori, 2001)
Referências bibliográficas:
MANCINI, M.C. Ações da Terapia Ocupacional na
criança com disfunção neurológica. In.: FONSECA, L.F.; PIANETTI, G.; XAVIER,
C.C. Compêndio de Neurologia Infantil.Belo Horizonte: MEDSI, 2002. Cap.
76, p. 959-966.
MOTTA, M.P.; TAKATORI, M. A assistência em Terapia
Ocupacional sob perspectiva do desenvolvimento da criança. In.: De CARLO,
M.M.R.P.; BARTALOTTI, C.C. Terapia Ocupacional no Brasil: Fundamentos e
perspectivas. São Paulo: Summus Editorial, 2001. Cap.
6, p. 117-136.
Esse texto foi uma colaboração e participação de:
Ana Amélia Cardoso
Terapeuta Ocupacional
Professora Adjunta - UFPR
Doutora em Ciências da Reabilitação - UFMG
currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/ 3914773506495070
"Tudo o que é grande e inspirador é criado pelo homem que trabalha em liberdade." (Albert Einstein)
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